domingo, 8 de junho de 2008

Os cinco livros.

Meu parceiro blogueiro Cochise César me convidou para participar de uma corrente. Uma corrente de livros: Falar sobre cinco livros. Eu estou entregando meu ‘five list’ atrasada e peço desculpas antecipadas a ele.

É bom esclarecer que NÃO comento aqui os cinco melhores livros que já li pela minha vida. Escolhi simplesmente aqueles livros que tormentam minha cabecinha nos últimos dias.

Vamos a eles.

Terminei de ler no final de Abril...
‘O Rei do Inverno’ de Bernard Cornwell. Editora Record.

Narrativa clara e simples. Muito prazerosa! O livro reconta a história do lendário Rei Artur. Um rei que assim foi consagrado, mas nunca chegou a ser realmente um rei.
O legal do livro é que ele foi elaborado dentro de pesquisas reais do próprio autor. É uma invenção em cima de fragmentos reais que o autor encontra do período medieval.
As surpresas do livro são muitas. Por exemplo, Lancelot nunca foi um grande lutador. Lancelot apenas teria pagado os bardos (poetas que narravam artisticamente as guerras) para falarem bem de sua pessoa como bom lutador. Outra surpresa deliciosa é ler que Artur também cometeu loucuras por amor. E a protagonista dessa insanidade seria uma linda e ruiva mulher: Guinevere. Por causa dela Artur leva toda a antiga Britânia à guerra.
No pano de fundo da doce narrativa encontramos um amargo conflito entre o Politeísmo e a Religião Cristã. É brilhante a forma como o autor retrata essa transição da fé na Idade Média! Sem tomar partido em nenhuma das crenças, há passagens que o autor debocha do cristianismo, como quando Guinevere (adepta ao politeísmo) xinga o bispo Sansun (cristão) e fala que ele é um tolo por construir um templo para um Deus carpinteiro nascido num curral. A crítica ao politeísmo acontece quando um exército de homens barbudos não consegue, por medo dos Deuses, transpor uma barreira de feitiços infantis feitos pela personagem Nimue.
O livro pertence a uma trilogia. Tem 544 páginas, mas juro que quem ler nem vai ver elas se passarem.
Livro de cabeceira...
‘Toda Mafalda’. Quino. Editora Martins Fontes.

Dizem as más línguas que quem lê histórias em quadrinhos é gente preguiçosa que odeia livro. E o que diriam essas mesmas pessoas se elas vissem um livro em quadrinhos? Sim, 420 páginas! Isso mesmo! 420 páginas com 5 tirinhas cada! E a mágica maior da obra é que as tirinhas têm seqüência! A gente pode ler o livro como um dicionário (uma tirinha de cada vez) ou como uma obra na íntegra!
Sou super suspeita para falar da Mafalda. Sempre fui apaixonada por essa argentinazinha e desde quando a vi numa prova de português da quinta série, não consigo abandoná-la. Comprei esse livro quando recebi meu primeiro salário e é a coisa mais preciosa e carregada de ciúmes que possuo entre todas as minhas outras coisas. É isso mesmo! O tanto que vocês pensarem que eu sou tarada por ela... multipliquem por 100 vezes! É um amor tão incondicional que nem ligo quando ela resolve me xingar de estar lendo muita história em quadrinho:

Comprei na banca de promoção e estou lendo...
‘A vida das musas - Nove mulheres e os artistas que elas inspiraram’. Francine Prose. Editora Nova Fronteira.

Se eu tivesse vivido nas décadas passadas, com certeza eu era uma daquelas mulheres mal faladas pela sociedade. Não, eu não seria uma prostituta, mas eu usaria meus lindos cabelos castanho-escuros para seduzir um homem que tivesse poder. Como naquela época mulher não tinha voz, nada mais inteligente do que dominar as figuras masculinas que tinham. Talvez essa seja a apropriada tradução para a palavra ‘musa’: uma mulher que sabe fazer picadinho do coração masculino.
E quem são as nove mulheres e os nove homens importantes com corações picadinhos? São elas: 1 Yoko Ono e o seu beatle John Lennon; 2 Gala Dalí e o pintor Salvador Dalí; 3 Suzanne Farrell e coreógrafo de balés Balanchine; 4 Alice Liddell e o escritor Lewis Carroll que escreveu ‘Alice no País das Maravilhas’ em sua homenagem; 5 Lou Andreas Salomé e seus três afairs (o que modifica os números para 11 homens de coração picadinho!). São eles: os filósofos Nietzsche e Freud (Ela pegou os dois!) e o poeta Rilke; 6 Hester Thrale e o doutor Samuel Johnson; 7 Charis Weston e o fotógrafo Edward Weston; 8 Lee Miller e Man Ray (não conheço); 9 Elizabeth Siddal e o pintor Dante Gabriel Rossetti.
O livro é muito bom! Oscila entre partes românticas e partes picantes! Os detalhes em cada página envolvem o leitor a todo instante.
Como é uma leitura atual, futuramente posso postar trechos da obra para os ilustres leitores do ‘Chuva de Containers’.

quero comprar...

‘Guerra de Esperma’ de Robin Baker. Editora Record.

As partes que eu já li do livro me fizeram ter muito nojo! O livro é para quem tem estômago. Mas eu estou precisando de uma obra como essa para por de lado algumas caretices. O livro narra os pormenores do ato sexual. Segue a seguinte estrutura: O autor narra um episódio com direito a personagens e cenas muito picantes e detalhadas. Depois ele explica com naturalidade o fato cientificamente falando. Como a revista Veja também comenta: ‘Eis uma boa explicação para o sucesso do livro. As pessoas têm uma desculpa bastante consciente para comprá-lo -- vão ler páginas de alta voltagem erótica com a desculpa de que estão às voltas com um legítimo tratado científico.’
Leiam a crítica da Veja clicando aqui. Vocês todos vão ficar curiosos e sedentos pelo livro!

Baixei da internet e leio uma parte toda vez que ligo o computador e não tenho internet (ou seja, dia de semana)...
‘A Menina Que Roubava Livros’ de Markus Zusak. Editora Intrínseca.


Sim, eu confesso que comecei a ler o livro por causa do título e porque ele está na lista dos mais vendidos da Veja. Mas péra aí, também não me culpem! Se toda vez que eu agir por modismo eu descobrir um tesouro como foi o caso desse livro, quero seguir a moda sempre!
Sabe quem narra ele? A Morte. Ela muito boa escritora viu? E como. A história, em si, é simples. Narra a vida da menina Liesel Meminger na época da Alemanha nazista. O livro é bem escrito, poético, filosófico... é simplesmente lindo!
No início da história a Morte faz associação entre a ‘cor do céu’ e os momentos de ‘vida’ e ‘morte’. Essa passagem é só um aperitivo das futuras palavras que vão revirar todos os sentidos e todas as emoções dos leitores.

Um comentário:

Ubirajara Ferreira disse...

Bonegaj Libroj.
Mi jam legis iujn, sed mi esperas ankoraŭ koni ĉi ĉiujn.
Kison.