segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Os seus GENES só pensam naquilo!!!

(...Esse texto é, em suma, a resenha de uma das aulas mais fantásticas que já tive em toda minha vida!!! Matéria? Bioquímica. Professor? Não vem ao caso o nome. Um cientista maluco que tem uma das visões mais realistas e simplistas da “máquina” humana. Alguém que, definitivamente, não dá uma aula simplesmente, mas um show!!!! Era sua primeira aula. Ele despeja uma bagagem de perguntas confusas, espera nossas respostas mais confusas ainda e num gesto de “Parem!!!” ele diz: “Deixem de hipocrisia!!! Eu sei como vocês (humanos) funcionam”. A sala ficou paralisada. Evento raríssimo!!! (Freud já dizia que é normal que humanos se comovam com questões ligadas a sua existência). O que aconteceu depois foi mágico!!! Aquilo era, ao mesmo tempo, lógico e cruel de mais para ser verdade!!!...)


O que é o ser humano?

Uma evolução dos coacervatos. Coacervato é o nome dado ao conjunto de moléculas orgânicas envoltas por água e que compunham a “sopa primordial” nos tempos do surgimento da Terra. Os coacervatos originaram o “exemplar replicador” capaz de fazer cópias de si. São os exemplares com memória genética: GENES. Os GENES desenvolveram suas “máquinas de sobrevivência” (termo usado pelo livro “O gene egoísta” – Richard Dawkins). Assim o ser humano não passa de uma máquina de sobrevivência. É como um burro de carga que executa tudo que os GENES mandam.

Qual é o maior desejo do seres humanos?

O desejo do ser humano está condicionado ao desejo de seus GENES. Os GENES desejam imortalidade.

Como conseguir a imortalidade?

Convenhamos que só existe pedra filosofal em Harry Potter. A máquina de sobrevivência não consegue imortalidade. Já os GENES, conseguem a imortalidade com a reprodução.

Quer dizer que o único sentido da vida é reproduzir?

Sim. Exatamente isso. E reproduzir com qualidade. Querem ver como?

Por que a gente estuda cada vez mais nos tempos de hoje?

Necessariamente, para conseguir um parceiro sexual melhor. Melhor no sentido de ganhar tanto dinheiro quanto você para propiciar a sua prole condições vantajosas de também chegar à idade reprodutiva.
Outra resposta é que a gente estuda para poder proporcionar uma criação mais erudita aos nossos filhos, tão necessária num mundo que valoriza cada vez mais o conhecimento para se alcançar sucesso.

Por que a gente sonha com casa, carro e dinheiro?

Porque esses são artifícios que dão segurança ao seu gene, garantem que ele sobreviva e produza netos. Lei da Imortalidade.
De que tipo de mulher os homens mais gostam? Magra, gorda, alta ou baixa?

Tanto faz. Eles preferem as peitudas, bundudas e de cintura fina. Esses normalmente são traços de uma boa parideira.

Por que as mulheres se enfeitam tanto para sair?

Elas querem mostrar que são a melhor opção entre as outras para o acasalamento. Acontece com outras espécies também.

Por que os homens malham?

Porque querem mostrar para os GENES femininos que os seus GENES têm saúde. É a reprodução com qualidade.

Por que os homens têm tanta necessidade de fazer sexo?

Porque quanto mais genes disseminados, maior a garantia de eles se propagarem e se imortalizarem.

Por que as mulheres não fazem muitos filhos, se assim como os homens elas também espalhariam sua quantidade de GENES?

Porque elas não têm condições de levar todos os seus filhos à idade de reprodução. Elas têm a função de cuidado dessa prole. Ter muitos filhos implica em menos cuidado para cada um deles. Nesse caso vale a qualidade não a quantidade.

E os homossexuais? São exceções de espécies que não pensam em reprodução?

Não necessariamente. Os GENES dos homossexuais também pensam em sexo. Por não reproduzirem, eles ajudam que os GENES de outras pessoas se eternizem. É o homossexual que cuida do filho do irmão, que adota uma criança ou faz uso de uma barriga de aluguel.

Enfim, não adianta mais negar. Seus genes mandam em você. Você só pensa em fazer sexo!!!!!

domingo, 12 de agosto de 2007

Uma receita.

Para as senhoras que estavam insatisfeitas com pobreza de futilidade desse blog.

"Colocam-se, num canto sossegado e pouco iluminado, camisas sujas. Sobre elas espalham-se grãos de trigo e o resultado será que, em 21 dias, surgirão ratos"

Mestre cuca: Jean Baptiste van Helmont. Século XVII. (Receita de época ainda ein minha senhora?)

E os feijõezinhos nos mostram o quão cego nós somos.

Eu estava no jardim de infância quando a professora pediu de dever de casa que criasse um feijãozinho no algodão molhado. O resultado é emocionante para quem tem 5 anos de idade. Quando ainda tínhamos a ingenuidade de desconhecer o que iria acontecer.

Agora, estou eu no ensino superior de Ciências Biológicas. Chega à sala de aula uma professora ranzinza (definitivamente sem nenhuma doçura daquela tia quem me ensinou as primeiras noções de botânica) e explica o desenvolvimento dos meristemas de crescimento de uma planta.

Mais que nunca, a experiência do feijãozinho nos seria útil de novo. Mas a professora não a pediu. Com certeza, dos quase 50 alunos daquela sala, nenhum plantaria feijão no algodão. Se a semente mudasse para milho, talvez umas duas pessoas se arriscassem esperando um resultado diferente.

A justificativa para essa ação é esperteza. Ninguém ousa perder sete dias observando o desenvolvimento de uma semente, quando ler um trecho de um livro sobre o assunto leva menos de cinco minutos.

Acontece que, NÃO É ESPERTO VOCÊ NEGAR QUE AS COISAS SIMPLES POSSAM LHE TRAZER CONHECIMENTOS GRANDIOSOS. Essa é uma tendência humana odiável e que talvez justifique a dificuldade que temos em lidar com o conhecimento que nos foi legado. A dificuldade que temos em estudar.

Tendemos a sistematizar tudo em fórmulas, números e conceitos. Nunca paramos para raciocinar ou mesmo admirar a capacidade humana de criar ou definir as coisas fantásticas que nos cerca.

Talvez, toda a escola tenha de ser mudada para habilitar mentes mais perceptivas e críticas. Menos automáticas. Talvez, simplesmente se deva incentivar que os alunos plantem mais feijõezinhos.

domingo, 5 de agosto de 2007

O peso da Terra.

As ciências exatas têm inquestionavelmente grandes encantos.

Alguém sabe qual é a massa da Terra? Bom, se não sabem o Google ajuda a decobrir. Agora, já se perguntaram como obtiveram esse valor?

O nome do maluco é Cavendish, Henry Cavendish, o primeiro a "pesar" a Terra. Para fazer isso ele não chegou a construir uma “big” balança, mas ele construiu uma balança: “a balança de torção”.

Newton havia acumulado conhecimentos sobre a existência de uma força de atração entre dois corpos: proporcional a massa “M” de um desses corpos e a massa “m” do outro corpo. Inversamente proporcional ao quadrado da distancia “r” desses corpos.

F= G Mm/r²

("Como ele descobriu isso? Sei lá!!!") Não bastasse a maluquice, faltava um valor constante para tornar a igualdade acima verdadeira: o bendito “G”.

O louco do Cavendish marrou duas bolinhas numa barra horizontal de modo que ficassem em equilíbrio. Depois, aproximou cuidadosamente outras duas eferinhas maiores daquelas bolinhas e verificou que a barra girava, provocando uma torção no fio que a sustentava. Era a “balança de torção”.(" Brincadeira de criança, neh?")

Cavendish deduziu, com essa experiência, que as bolinhas e esferas realmente exerciam uma força sobre as outras. Não apenas isso, o delicado do nosso físico conseguiu descobrir o valor do bendito “G”. Delicado, porque, incrivelmente, o valor de “G” era muito pequeno: 0,0000000000667!!!!

O que isso tem a ver com o peso da Terra, é que, Newton sabendo que a Terra exerce uma atração sobre qualquer outra massa e que essa atração é o peso, fez algumas alterações nas fórmulas. Peso é igual à massa do corpo vezes aceleração da gravidade. “P = m.g” . Peso também é a força de atração entre duas massas: Terra e corpo a ser pesado. “P = GMm/r²”. Igualando as duas fórmulas temos “M=g.r²/G”. (”Não conseguiu fazer isso? Não vai entender nada do texto. Se já não está entendendo neh?”). Conhecendo o valor de “g” (9,8m/s²), “G” (0,0000000000667) e “r” (Raio da Terra = 6370000 metros), foi só jogar tudo na fórmula e calcular a massa da Terra.

O valor obtido foi aproximadamente seis setilhões de quilogramas!!! Agora acreditem se quiser que esse valor seja verdadeiro. Só um detalhe importante, ainda não descobri como mediram o raio da Terra. Isso nos volta à estaca zero.