Um dos acompanhamentos necessários que o médico deve fazer é se o seu paciente toma o medicamento prescrito de forma correta. Nós, estagiários de medicina e os agentes de saúde ajudamos o médico do postinho a avaliar isso. Para tanto, fazemos visitas de rotina na casa das pessoas para certificar, inclusive, que elas tomam seu medicamento todo dia e nos horários certos. Só que é complicado você avaliar isso, porque - por exemplo - uma velhinha nunca iria admitir com todas as palavras que ela não toma o seu remédio direitinho. Na verdade, a maioria dos pacientes inadeptos a alguma medicação, sabem que estão errados. Eles omitem isso pelo medo de que o médico saiba do seu erro e negue um futuro amparo que o paciente novamente venha precisar. Contudo, na faculdade e no posto de saúde a gente é orientado a usar uma certa ‘malandragem científica’ para identificar esses cabeçudos que não entendem a importância de tomar o remédio que lhe foi prescrito: A gente aplica um Morisky neles!
Morisky (lê-se ‘morrisqui’) não é um golpe de jiu-jitsu, nem uma macumba braba para que o espírito interior da pessoa confesse que ela não está tomando remédio. Morisky é um questionário criado por alguém que se chama (ou chamava) Morisky. Grande esclarecimento! Hehe. São só quatro perguntas que prometem desmascarar o paciente que não está tomando seu medicamento. E é verdade que ele funciona! Apliquei um Morisky esses dias numa velhinha hipertensa e identifiquei o seu mau uso do captopril.
Questionário de Morisky:
1. Você alguma vez se esquece de tomar seu remédio?
2. Você, às vezes, é descuidado para tomar seu remédio?
3. Quando você se sente melhor, às vezes, você pára de tomar seu remédio?
4. Às vezes, se você se sente pior quando toma o remédio, você pára de tomá-lo?
Caro leitor, são quatro perguntas praticamente IDÊNTICAS! Mas o paciente que não toma remédio direito se enrrola em alguma dessas perguntas e você descobre um indivíduo-problema. Realmente funciona! Eu visitei essa semana a Dona Vera, de 62 anos. Perguntei se alguma vez ela tinha esquecido de tomar seu remédio (Pergunta 1). Ela falou que ‘NÃO!’, ‘NUNCA!’, e acrescentou: ‘Todo dia eu até peço os meus menino p’ra comprar leite de noite p’ra eu tomar de manhã junto com os comprimido.’ Na segunda pergunta, Dona Vera titubeou: ‘Quando eu durmo na casa do meu filho mais velho eu esqueço de levar o remédio’. Aí eu perguntei né: ‘De quando em quando a senhora dorme na casa de seu filho?’ Ela responde: ‘Todo fim de semana’. E eu: Glup! o.O
Belezinha! Em 30 dias de um mês, a Dona Vera não toma remédio em pelo menos 8 dias! Aí é hora de sentar com ela e com jeitinho, educação e paciência, explicar que sem o seu remédio uma veinha do cérebro ou do coração vai inchar, explodir e ela MORRE. Se a velhinha resolve ter um ataque cardíaco nessa hora pela consciência pesada, a gente põe a culpa no Morisky.
Morisky (lê-se ‘morrisqui’) não é um golpe de jiu-jitsu, nem uma macumba braba para que o espírito interior da pessoa confesse que ela não está tomando remédio. Morisky é um questionário criado por alguém que se chama (ou chamava) Morisky. Grande esclarecimento! Hehe. São só quatro perguntas que prometem desmascarar o paciente que não está tomando seu medicamento. E é verdade que ele funciona! Apliquei um Morisky esses dias numa velhinha hipertensa e identifiquei o seu mau uso do captopril.
Questionário de Morisky:
1. Você alguma vez se esquece de tomar seu remédio?
2. Você, às vezes, é descuidado para tomar seu remédio?
3. Quando você se sente melhor, às vezes, você pára de tomar seu remédio?
4. Às vezes, se você se sente pior quando toma o remédio, você pára de tomá-lo?
Caro leitor, são quatro perguntas praticamente IDÊNTICAS! Mas o paciente que não toma remédio direito se enrrola em alguma dessas perguntas e você descobre um indivíduo-problema. Realmente funciona! Eu visitei essa semana a Dona Vera, de 62 anos. Perguntei se alguma vez ela tinha esquecido de tomar seu remédio (Pergunta 1). Ela falou que ‘NÃO!’, ‘NUNCA!’, e acrescentou: ‘Todo dia eu até peço os meus menino p’ra comprar leite de noite p’ra eu tomar de manhã junto com os comprimido.’ Na segunda pergunta, Dona Vera titubeou: ‘Quando eu durmo na casa do meu filho mais velho eu esqueço de levar o remédio’. Aí eu perguntei né: ‘De quando em quando a senhora dorme na casa de seu filho?’ Ela responde: ‘Todo fim de semana’. E eu: Glup! o.O
Belezinha! Em 30 dias de um mês, a Dona Vera não toma remédio em pelo menos 8 dias! Aí é hora de sentar com ela e com jeitinho, educação e paciência, explicar que sem o seu remédio uma veinha do cérebro ou do coração vai inchar, explodir e ela MORRE. Se a velhinha resolve ter um ataque cardíaco nessa hora pela consciência pesada, a gente põe a culpa no Morisky.