domingo, 28 de setembro de 2008

Safadonas Voadoras!

Sabe quando você resolve arrumar seus guardados antigos para ver se surge algum espaço porque já não há onde pôr mais nada? Então, entenda – mesmo você que não tem antiquaria acumulada - que essa é uma das tarefas mais doídas de se fazer. Seja pelo lado emocional, que te faz ficar cheirando ou olhando algum objeto por minutos, seja pela quantidade de coisas, o que torna tudo muito cansativo.

No meu caso a coisa é caótica! Eu guardo desde o meu primeiro brinquedo até o laço que embalou as flores dos meus quinze anos. É algo obsessivo e caracteriza uma doença que não lembro o nome, mas é relatada no livro 'Mentes e Manias'.

Tem os momentos que me disponho a jogar algumas coisas fora. Tipo, na última reorganizada, joguei fora o papel de bala Halls que ganhei do primeiro garoto que beijei. Juntando tudo o que consegui eliminar, não deu mais que o espaço de uma caixa de sapatos. Resultado: Meu guarda-roupa continua com seus ¾ ocupados por objetos que chegam a ser até estranhos.

Só para noção da coisa, tenho um walkman de fita tape, uma fita dos Mamonas Assassinas, uma coleção de papel de bombom Personalidades com personagens da Warner Bros, um tererê da primeira vez que fui à praia e uma barriga de Barbie grávida que paria um bebezinho no tamanho da metade de um dedo mindinho. [Um esclarecimento: A Barbie foi doada, o bebê caiu no ralo do tanque da minha antiga casa quando fui dar banho nele = trauma de infância. Só sobrou a barriga e juro que não sei por ainda tenho ela e fico me martirizando olhando aquilo.]

Para consolo daqueles que já estavam começando a soltar uma lágrima no canto do olho, guardo muita coisa que traz lembrança boa! Prova disso foi um achado bem lá no cantinho da minha gaveta inferior: Uma camisa de time de futebol!

Eu já tive um time de futebol! Pasmem-se! Foi na época de colégio, quando fazia o terceiro ano no Cefet da minha cidade. O nome do time era SVEC. Bunitinho não é não? Mas a coisa pega é no esclarecimento das inicias: Safadonas Voadoras Esporte Clube. Fora o nome engraçado - que tem todo um significado e já já eu explico- hilário era a posição que eu jogava: Todas!

Safadonas Voadoras’ faz você leitor pensar que a gente era um bando de safadas que só jogava futebol por status na escola. O ‘Voadoras’ ainda sugere que o time arrasava na agilidade em campo. Equívoco total! Éramos um bando de pernas de pau que só conheciam uma regra do futebol: Colocar a bola dentro de uma coisa que se chama gol! E confesso que ainda não havia consenso sobre qual dos dois gols era o certo.

Inscrevemos o time no campeonato da escola e para fazer ainda mais bonito, criamos uniforme e tudo o mais. Atrás da minha blusa (a que achei no guarda-roupas) tem pintado o meu nome e o número: Doida, √10,8. (hehe!)

Vocês leitores pasmem-se de novo! O time tinha hino! E ao conhecer a cantiga que embalou as nossas vitórias (?) vão, enfim, conseguir entender o nome ‘Safadonas Voadoras’.
Uma homenagem à dupla sertaneja Gino e Geno, eis o nosso hino: “Eu digo isso, digo numa boa, mulher que não dá voa, mulher que não dá voa!”.

E a apartir daí começava a nossa brincadeira. Todas meninas eram Safadonas no espírito debochado e puro da coisa. Tanto é que a gente não dava e por isso Voava. Voava porque sempre fomos alegres, criativas e na época, com certeza, tínhamos metade dos problemas de hoje. Ninguém segurava a gente! Ninguém segurava os nossos sonhos!

É uma das boas lembranças que ficam pela minha vida! Do tempo que tive uma camisa oficializada para vestir: a da Alegria.

sábado, 20 de setembro de 2008

Vai uma aguinha com açúcar aí?

Conhece aquele juramento do casório “prometo lhe ser fiel na alegria e na tristeza”? Muito cuidado com ele! Acabo de evidenciar que é um dos esforços mais difíceis do mundo!

Minha mãe, senhora Nelma, é uma dona de casa muito caprichosa do tipo que o copo que se bebe água brilha de looooonge! Meu pai é um cara largadão que pendura o cuecão branco todo sujo dele no Box do banheiro quando vai tomar banho. Mamãe só não fica roxa de raiva, porque eu e minha irmã sempre amenizamos a situação, catando uma cuequinha ali outra acolá.

A última que o papi aprontou na condição de macho porco, foi uma façanha tão escondidinha e imprevisível que nem deu tempo de evitar o quase enfarte da dona Nelma. É que para implicar com ela, uma serelepe de uma larvinha veio dar o ar da graça pelo chão da nossa cozinha.

Eu, indiferente às manifestações domésticas como sou, encarei o fenômeno com uma larva de alface revolucionária que pulou do seu habitat para tentar a vida num mundo melhor: a cozinha de um humano. Coitada! Tomou um banho de álcool assim que foi vista.

Mas mamãe, mais experiente no assunto ‘casa’ do que eu, começa a ficar amarela. Nem adiantava falar da minha teoria da alface, porque naquele dia, não havia alface lá em casa. Numa atitude corajosa, aquela brava mulher inicia uma tarefa assustadora de arrancar em tempo recorde tudo que estava acomodado no armário da cozinha. O que ela procurava? Os pais daquela larvinha insignificante. Ela tinha uma certeza imensa de que algo errado estava acontecendo em sua cozinha!

Pratos, talheres, lata de arroz, escorredor de macarrão e tudo o mais espalhado pela cozinha. Nada de encontrar um foco justificável para um desenvolvimento larvesco.
Quando tudo parecia insolucionável... bem ali, pertinho da larva primeira afogada no álcool, duas larvas se aproximavam. Seriam os pais em luto pela larvinha morta? Hehe! Minha mãe ficou verde!

E num súbito de raiva, a mulher virou o fogão de cabeça para baixo, revirou a máquina de lavar roupa e... Nada! Desesperada tadinha, ela olha para o canto da área de serviço (conjugada com a cozinha) e vê uma fileirinha de larvas recém convocadas para o velório das outras três que morreram no álcool. Batata! Elas se escondiam ali! Mas ali onde? E o que existia ali para que elas surgissem?

No meio de mangueira, bicicleta, sapatos velhos, tapete em desuso, estava o arsenal de pesca do papai. Aí tem coisa! E tinha. Dentro de um saco escuro, a mãe descobre que o homem dela estava criando isca de pesca dentro de uma caixeta cheia de laranja podre. Ele estava criando larvas dentro de um apartamento! Pode?

Gente! Vocês tinham que ver o exagero dessa mulher chorar. Ela ficou branca! E sentou na sala molinha quase desmaiando. A única coisa que conseguia pronunciar: “Ah que desgosto!”. E chorava, chorava, parecendo criança. Eu devo ser uma insensível porque não me agüentei de tanto rir! É que me lembrei daquela cena de um elefante com medo de uma formiga. Não que a minha mãe seja um elefante ou o medo dela seja de formiga. Mas a fragilidade de um ser grande diante de um ser pequeno era a mesma!

Sábia e equilibrada, sempre sou a provedora de soluções aqui em casa. Mexo uma aguinha com açúcar e ligo para o meu pai. Ele quem sujou, ele quem limpe. Cueca suja é bem diferente de caixa de laranja podre cheia de larva. Não conseguiria limpar aquilo para ele. Ugh!

Papai depois de limpar tudo e prometer para minha mãe que ia jogar fora o criadouro de larvas bem longe da casa dela, me chamou no cantinho com o malfadado saco preto na mão e disse: “Leva isso para garagem! Lá, ela (a sua mãe) não vai atrapalhar o negócio.”

Negócio? Será que aquilo era para ser lucrativo?
O fato é que confio no meu pai e, de uma forma ou de outra, me tornei sócia e cúmplice dele nesse negócio. As intenções são de expandir o criadouro de larvas. Elas crescem de vento em polpa! O quilo delas é um real e se você não pesca, disponibilizamos exemplares únicos de larvas serelepes para assustar MÃES!

sábado, 13 de setembro de 2008

Eternidades da Semana.

União do caranguejo.

Um amigo da faculdade me mandou 50 posições do Kamasutra em slides. O pouco que sei do assunto é que são 100 posições. Acho que ele mandou só 50 para amenizar o efeito sobre a pessoa que vos escreve.

Foi assim. Ele me mandou o material por e-mail e deixou o recadinho:
“Lê e depois me fala o que achou de algumas.”

Ele quem pediu. E comentei algumas posições, só que no Orkut aberto dele. Kkkkk! Sem noção.
Para piorar (ou melhorar) as coisas, o moço me deixou uma bronca por depoimento, reclamando que a namorada dele podia ter visto.

Santa hipocrisia!

Sobre as posições, o mais criativo é o nome delas: ‘A postura da Árvore de fruto’, ‘A postura das Colheres’, ‘A união da Abelha’.
De ‘União’ tem um monte, ‘União do Tigre’, da Rã, da Águia, do Caranguejo, do Escorpião, da Tartaruga. Eu na minha gloriosa inocência e percepção artística, tentei achar uma relação entre formato das duas pessoas com o nome da posição. Tentativa frustrante porque não encontrei nenhum caranguejo ou escorpião naquilo.

Quem quiser o material é só deixar o e-mail em comentário que envio. Tem figurinhas (ilustrações), vantagens e desvantagens da posição. Mas para efeito de reduzir as expectativas, não tem nada de tartaruga, águia ou rã ok?
Ética é tudo!
Mariana: E qual foi a sua maior nota semestre passado ?
Robson: Em Ética, fiquei com 100.
Dani: Seu professor era fulano? Porque tive de colar na prova dele para passar.
Robson: Era esse mesmo! É que sou um cara ético, não tive dificuldades.
Bolhas e pupilões.
Saio eu numa manhã de uma quarta feira ensolarada para uma consulta oftalmológica! Resolvo ir de pé, já que depois de uma consulta no oculista pouco se enxerga para poder dirigir. Pus uma bitelusca de uma sandália verde de plástico para percorrer 25 quarteirões! (da minha casa ao consultório). Acertou quem previu o aparecimento de oito bolhas em cada pé já no vigésimo quarteirão!

Consegui completar os outros cinco quarteirões. No consultório médico fiz questão de enojar o oftalmologista por entrar no escritório dele descalça com um pé cheio de pelinha e pus.
Saibam vocês que oftalmologista é médico fresco que gosta de ver o menos de sangue possível. E meu pé estava quase jorrando tufos de sangue! Hehehe. Resultado: Não foi uma consulta legal, porque o médico dos óio não tirou os óio dele do meu pé. Acho que ele receitou três graus para o meu pé direito e dois e meio para o esquerdo!

O meu oftalmologista é um cara sem esportiva. Para se vingar de eu ter enxugado o pus no carpete do consultório dele, me deixou ir embora sobre o efeito do potente colírio dilatador de pupilas! Pupila é a bolinha preta do olho, que no gato é assim olha: () . Ela regula a luminosidade que entra na sua retina. Enfim, estava eu na rua com os pés dilacerados e os óinho pretinho e cego que dava dó! Nunca odiei tanto um dia iluminado!

Pensei em chamar o Chapolin Colorado, mas nem ele apareceu numa hora dessas. A passos de tartaruga e recalçando a sandália (porque antes um pé machucado que um pé com tétano!) fui caminhando e cantando e seguindo a canção, para um lugar escuro onde os meus pupilões seriam úteis. Ah como nesse momento eu queria ter um real no bolso para comprar band-aid! Melhor! Dez reais para comprar um sandalinha da Norma Lopes!

Em momento de total desespero, já desistindo de prosseguir com qualquer passo que fosse, encontro, nada mais nada menos, que São Cochise! Usuário de óculo, compreendedor do que é uma pupila dilatada, homem generoso, que anda com 1 real no bolso e é desapegado de dinheiro; Cochise num ato de bondade imensa, me guia até uma farmácia e me arranja os malfadados band-aids.

Eu recapo meus pés, despeço do Chapolin Cochise e caminho até o primeiro orelhão para requerer um guincho que me leve até minha casa.

Moral da história: Quem tem amigo, tem band-aid!

Foto da maldita!

“Qualquer coisa que se mova é um alvo”.

Essa postagem vem inaugurar um quadro no ‘Chuva de Containers’: O Eternidades da Semana. Advém de uma necessidade de manter fiéis meus leitores a esse blog, tornando mais freqüentes os textos por aqui. É que sofro da crise de Marcelo ao cobrar de mais de mim e exigir muito dos meus posts. Acaba que não escrevo tudo que queria, simplesmente porque o assunto não rende um texto bonitinho, engraçadinho, com início, meio e fim.

Dessa forma, O Eternidades da Semana virá lhes apresentar os meus eventos picados da semana. Não é um diário! Eu não hei de comentar se a minha bosta boiou ou não! Aliás, é quase sempre diarréia! E para Mariana Martins as fezes ainda devem estar cheias de micróbios dançando bolero, bem como outros fazendo bunda lelê dentro do vaso sanitário. Tudo é sempre bem mais do que podemos esperar!

Aumento, mas não invento! O importante é que vocês continuam a ter as crônicas de sempre. O que muda é apenas o acréscimo desse espaço que me sentirei mais a vontade para postar um pouco das minhas alegrias ocasionais.