segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Gay realmente não é isso.

Revista Veja. Número 2045, 30 de janeiro de 2008. “Páginas amarelas”. Pág 15.

Bruno Chateaubriand Diniz Weissmann, de 32 anos, é um gay rico que mora no Rio. Em entrevista a revista Veja dessa semana, ele fala de um problema típico que o preconceito contra gays gera: Impede os casais gays de adotarem crianças.
Veja – O que você acha dos atos de afirmação homossexual, como as paradas gay de São Paulo e do Rio?
Bruno – Acho que eles têm dois problemas. O primeiro é que são caricatos: fazem pensar que todo gay é exibicionista e vive em clima de boate. O segundo é que, em matéria de defesa dos direitos dos gays, essas passeatas não funcionam. Pelo contrário: aquelas cenas de homens quase nus se pegando e se beijando em cima de um caminhão podem fazer com que políticos e juízes pensem que somos todos promíscuos ou incapazes de adotar e educar uma criança.

O restante da entrevista você pode acompanhar aqui.

domingo, 27 de janeiro de 2008

A culpa é da janela.

Histórias de quem vai tirar carteira. Quem não ouviu ou quem não tem uma história dessas para contar que atire a primeira pedra. É o fulano que atropelou uma velhinha no dia do exame e o cicrano tirou carteira na décima quinta vez.

A maioria das histórias é sobre a prática e a avaliação da direção veicular. Mas eu tenho a minha história e é das aulas de legislação. O instrutor ensinava a teoria fazendo algumas perguntas e dando as respostas para escolhermos as certas. Ele dizia “Rabisque aí” e fazia um gesto meio psicodélico com o dedo indicador. Anormalmente, eu estava prestando atenção na aula desse dia. Aliás, na pergunta estranha desse dia.

“Qual a primeira coisa a fazer se você estiver andando por uma rodovia e avistar no meio da pista um monte de abutres? Letra A, fechar as janelas do automóvel. Letra B, segurar firme o volante e reduzir velocidade. Letra C, ligar para a polícia rodoviária para providenciar que a pista seja limpa. Letra D, buzinar para alertar os carros que estão atrás de você”.

Qualquer pessoa com sã consciência de direção defensiva acharia óbvia a alternativa B como item correto. Lembrando que se quer a PRIMEIRA providência.
Para contrariar eu e talvez todos os motoristas que julgam saber dirigir, a resposta certa é A.
Isso mesmo! Se você ver abutres na estrada a primeira coisa a fazer é fechar as janelas.

A explicação, segundo o instrutor, é que além de você evitar o cheiro fétido da carniça, você evita que um urubu entre pela sua janela, obstrua sua visão, impeça seus movimentos e cause um acidente. Uau!

Eu, na minha lentidão para entender, já fui realizando: ... Mariana dirigindo para a roça do avô, entra um urubu pela sua janela, começa a bater a asas, aquele “vuco vuco” danado, o bicho deixa cair um pedaço de carniça no banco do carro (meu pai me mata!), só vejo um trem preto mexendo, o carro em alta velocidade e “vuco vuco” daqui, “vuco vuco” de lá...

Foi me dando uma vontade de rir quase incontrolável - só contida porque ninguém na sala de aula estava rindo. Aí eu disse para mim mesma: “Mariana nunca se esqueça de fechar a janela!”. De imediato o inconsciente respondeu com uma pergunta: “E se não der tempo de fechar a janela?”. Pra quê... eu desabei a rir e sai da sala para a situação não ficar mais feia do que já estava.

Na verdade, não sou só eu que adquiriu um problema com a janela de carro. Dia desses - um mês atrás mais ou menos – um amigo me ligou contando que não tinha conseguido passar no exame de rua. Eu perguntei o quê que tinha dado errado. Depois de titubear, acabou me contando. Segundo ele, estava chovendo no dia do exame. A janela estava fechada. O avaliador o mandou fazer uma baliza e ele se desesperou para abrir o vidro do carro e dar sinal de braço. Maçaneta manual ainda. O coitado perdeu o controle do carro. O avaliador precisou pisar no freio e terminou por dizer: “Filho, não é necessário dar sinal de braço quando está chovendo”.

Ironia ou não, uns precisam da janela fechada, outros precisam da janela aberta. A janela é realmente um problemão!

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Isso é covardia!!!!!

Eu podia apostar com quem quisesse que minha mãe fosse comprar um produto da linha Mon Bijou. Dito e feito.
Mas eu não culpo ela não. Eu comprei um xampu Niely Gold por causa do Richard Gere.
Eeeee... compraria um desodorante AXE se o Ben Affleck viesse junto com o produto. Hihi



“Me aperta, me cheira... me chama de Mon Bijou!”

Desde "Pearl Harbor" eu tenho uma queda por esse daí.

“Que cabelo lindo!!!"

ALGUMAS DESSAS IMAGENS PODEM SER AMPLIADAS AO SEREM CLICADAS.

Só a Veja mesmo!

Eu sou assim meio insurgente, mas no fundo no fundo muito otimista com tudo.
Aos otimistas, no entanto, a revista Veja dessa semana (edição 2044, ano 41 n°3) publicou algumas boas notícias. Na verdade deduções. Se não verdadeiras, com certeza muito engraçadas e deliciosas - hehe.

Já na “Carta ao leitor”, página 7...

“Segundo os critérios da consultoria (BCG - Boston Consulting Group) nessa pesquisa, milionário é a pessoa que tem o equivalente a 1 milhão de dólares ou mais em aplicações financeiras. Por tal critério, o Brasil ganhou 164 novos milionários por dia em 2007. Se compararmos esse dado com o de homicídios por 100000 habitantes, a conclusão é que, hoje, a possibilidade de um brasileiro se tornar milionário é 22% maior do que a de ser assassinado.

A reportagem segue completa entre as páginas 54 e 61.

O alarde dos números está na página 55:

100 em 100000 brasileiros já são milionários.

Em 2007, 60000 brasileiros acumularam seu primeiro milhão.

Isso significa que a probabilidade de se tornar milionário no Brasil é:

22% maior que de ser assassinado.
50% maior que a de morrer em um acidente de trânsito.”

A parte ruim da história é que, infelizmente, meu otimismo AINDA não garantiu que eu me tornasse uma milionária.
Belíssima criatividade da revista!

sábado, 19 de janeiro de 2008

Mário de Andrade falando por mim.

Carta retirada do livro “Mário de Andrade cartas a Anita Mafaltti”, organizado por Marta Rossetti Batista. Editora: Forenze Universitária. 1ª edição. Páginas 97 e 98.

19 de Março 1925
Anita querida,

Faz tempo que não escrevo pra você. Me desculpe. Coisas de doenças e mais doenças. Às vezes fico a matutar que não duro muito, não. Não pense que isto é romantismo nem verdade verdadeira. São pensamentos que vêm e que jogo logo fora porque não adiantam nada. E pouco me incomodo de durar ou não durar. Só peço pra Deus que me deixe acabar ao menos o que tenho começado pra assim eu me justificar com a justiça dos homens deste mundo. Mas si aquele pensamento vem não é porque eu tenha agora alguma doença grave. Porém são tantas doencinhas ajuntadas, vai uma, ficam outras, entra outra... Que diabo! também o corpo cansa. Um dia vem qualquer coisa mais forte, pan! Mário de Andrade morreu.

...Um dia vem qualquer coisa mais forte, pan! Mariana morreu. Só peço pra Deus que me deixe acabar ao menos o que tenho começado pra assim eu me justificar com a justiça dos homens deste mundo.

Apenas um ovo?

Legenda do desenho: O amarelo é um pintinho. O rosa é um dedo. A semicircunferência é o ovo. A setinhas pretas são as forças que atuam na casca.

“A simplicidade é o máximo de sofisticação” Leonardo da Vinci.

Essa foi a frase que meu ilustríssimo professor de bioquímica usou para apresentar a engenhosidade do ovo.
Com a mesma força que o bico do pintinho exerce para quebrar o ovo (da parte interior do ovo), o dedo não poderá quebrá-lo pela parte exterior.
A Física explica isso pelo cálculo da resultante de forças em um mesmo ponto.
Para a religião, filosofia ou o ateísmo... não há explicação.

domingo, 13 de janeiro de 2008

Eh Divinópolis!!!!

O desenvolvimento de uma cidade, sem dúvida, depende da fluidez de seu trânsito. Belo Horizonte tem ruas movimentadíssimas, mas é admirável a organização dos ônibus e outros meios de transporte para atender sua população. Ao contrário, em Divinópolis, o mau planejamento do transporte público é acompanhado das péssimas condições das ruas e do desrespeito por parte de pedestres e motoristas.

Em BH, como em qualquer outra capital, o trânsito é uma loucura. Movido por intensos fluxos, como um amigo meu disse. Impressiona que, as massas de carros e pessoas se revezem para atravessar uma rua como a Afonso Pena, por exemplo, onde faixas de pedestre são relativamente poucas, mas estritamente respeitadas. Uma das diferenças entre dirigir e andar em BH ou Divinópolis é, justamente, que os pedestres belo horizontinos não atravessam em lugares indevidos. Por mais que eles tenham de esperar um minuto para cruzar uma rua, assim o fazem porque não se arriscariam numa travessia que passam dois carros por segundo na luz do dia.

Agilidade é outro ponto positivo na capital de Minas. Chegar a esperar por meia hora num ponto de ônibus, com em Divinópolis, é algo impensável numa cidade em que se leva muito tempo para cruzá-la de um ponto ao outro. Os ônibus que circulam em Bh devem girar em torno de nove mil (supondo esse número porque eles são numerados de 1 a 9000 e muitos). Lá, não apenas um ou dois ônibus se ocupam de determinado trajeto. O “ônibus 2004” que eu cheguei a pegar por quatro dias para chegar a Pampulha passava pelo ponto de cinco em cinco minutos. Andava, só pelo tempo que pude contar em meu trajeto, 20 minutos. Prova de que uma linha que vá do Belvedere ao Bom Pastor em Divinópolis, por exemplo, não tem justificativa para demorar tanto.

Às pessoas perdidas que, em Divinópolis, necessitam do falível serviço de informação por telefone da Trancid para saber qual ônibus pegar, podem, pela BHtrans conseguir informações dos seus ônibus por um endereço eletrônico. Mais que indicar os ônibus a serem pegos, o site informa quantos metros você vai andar e quanto vai pagar para chegar ao local que deseja.

A respeito das passaginhas em Belo Horizonte duas informações importantes. Uma, não tente comprar passaginha com o vendedor de bala. Duas, não fale em hipótese alguma na palavra “passaginha”, eles só conhecem vale transporte em Belo Horizonte. O valor do tíquete é R$2,10, o que é justificável pela distância que um ônibus chega a rodar lá dentro. Os passageiros podem optar, também, pelo uso de um cartão que é identificado pela roleta e fornece desconto de 50% no segundo ônibus pego no mesmo dia.

Outro ponto admirável, se não criativo, é que, para aliviar o trânsito de ônibus em alguns pontos da capital, existem ainda os táxis-lotação. Carros que passam por um trecho determinado e cobram 10 centavos a mais que o ônibus; também por pessoa. Competem pelos mesmos pontos dos ônibus minuto a minuto.

Agora o quê imperdoavelmente devia funcionar em Divinópolis é a sinalização das ruas. Divinópolis não tem sinalização horizontal (linhas pintadas no pavimento das vias) em suas principais ruas: Rua Goiás e Pernambuco. A Primeiro de Junho só foi repintada depois do projeto de alargamento das calçadas que ocorreu em 2007 e que, como toda obra de prefeitura, foi interrompido pela metade na Rua Goiás. Falta de verba ou não, a quantidade de rotatória para substituir semáforo nessa cidade é alarmante! Isso quando não falta os dois como no cruzamento da 21 de Abril com a Pernambuco. Faixas de pedestres mal sinalizadas e impaciência dos motoristas somam ao problema.

No centro de Belo Horizonte o motorista dá seta para trocar de faixa porque lá tem faixa. Lá os motoristas podem se estressar como a quantidade de carros, mas não com pedestre atrevido que atravessa a rua fora da faixa de pedestres. Em Belo Horizonte a gente não paga R$1,75 para andar dez quarteirões. Pedestres não têm que ficar no meio de rotatória a mercê de um motorista bonzinho que deixe a gente atravessar.

Aos críticos de plantão, isso não são observações de uma recém-habilitada pondo a culpa de dirigir mal no carro ou nas ruas. É o olhar de uma cidadã que fez título de eleitor com 16 anos, vota desde então, pretende comprar um carro o mais rápido possível e não quer que o seu IPVA seja para molhar a mão do Demetrius e demais políticos da Buracolândia.

P.S. O texto não faz uma comparação generalizada entre ruas de Divinópolis e Ruas de Belo Horizonte.

domingo, 6 de janeiro de 2008

Mafalda e o sol.

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Nem com óculo se lê isso.

Panfleto de anúncio da loja ótica. As informações mais importantes vêm tão pequenininhas!

Para quem usa óculo desde os cinco anos, como eu, sabe como é caro aviar uma receita. Existem armações caríssimas! E só vendo para confirmar que a delicadeza e beleza delas variam em proporcionalidade ao preço.

Dois pares de lente de resina miolight (um material que permite moldar graus mais altos em lentes mais finas) variam de 100 a 150 reais, e, portanto, não é um investimento muito fácil de se fazer.

No dia dois de janeiro desse mês, uma nova loja de ótica foi inaugurada em Divinópolis. Para atrair clientes ela apresenta a promoção de lentes monofocais a 9 reais e armações gratuitas!

Uma parenta minha - minha tia – se arriscou a ver se a promoção valia a pena. Ela queria um novo “óculo de fazer unha” (assim ela o chama).

A Tia é muito irônica, o dobro se não o triplo de mim! Ela apareceu lá, observou com detalhes a fila enorme da porta da loja, analisou todo o evento e passou aqui em casa hoje contando, de um jeito pouco engraçado que ela tem, a saga de um pobre para pegar uma promoção (nas palavras dela).

"Ah não!!!! Nem para deixar a chave do carro seu tio deixou, fui eu enfrentar um calor desses no centro e andando a pé. Eu chego ali na Rua Goiás e começo a ver uma mocinha em cada esquina sacudindo uma bandeirinha da marca da ótica. Tinha movimento quase nenhum na rua. Eu pensei em ir embora já nesse momento, mas fiquei curiosa com as bandeirinhas. Ainda bem que tinha bandeirinhas, porque eu não sabia o endereço da loja. Seguindo as bandeirinhas eu cheguei lá. (aí ela começa uma crise de riso e interrompe o caso. Depois de uns dois minutos, ela respira fundo e continua.).
Quando eu cheguei à porta da loja eu passei para o outro lado da rua e analisei a situação assim meio do canto do olho. Tinha uma fila enorme de umas trinta pessoas mais ou menos. Aí eu pensei comigo “A promoção deve ser boa mesmo!” (Segunda crise de riso). Fiquei curiosa e resolvi enfrentar a fila. Tava fazendo nada mesmo. Mas p’ra quê minha fia. Num passou cinco minutos e chega uma senhora atrás de mim com um cachorro vira-lata enorme. Ele começou a cheirar a minha canela. A senhora passa a mão na cabecinha do bicho e fala assim: ”Meche com os zoto não fio”. O cachorro era dela! Agora você pensa (ela falou para mim) o nível de pessoa humilde que estava naquela fila!
Eu não desisti não. Pobre sabe das coisas. Aquela fila ia valer a pena. E valeu. Chegou um garçom. Um garçom, isso mesmo! Sabe o que ele tava servindo lá? Algodão-doce. Minha nossa! Tava bom de mais para ser verdade! Quando pego o algodão-doce... Ah não que ridículo! (aí ela retorna a rir)... O algodão-doce não tinha palito! O garçom me serviu algodão-doce no guardanapo!
Até aí tudo bem, eu não tava lá para comer algodão-doce mesmo e a fila estava terminando. Depois, o garçom veio oferecendo refrigerante. Por alguns momentos ele me dissuadiu do propósito de comprar um óculo. Estaria eu em uma ótica? (agora fui eu que disparei a rir. Ela veio com um comentário de que o garçom - pelo menos - era bonitão).
Enfim, entrei na loja. A atendente veio me mostrando uns óculos caros, olhou o meu antigo “óculo de fazer unha” e veio arrumando alguns iguaizinhos para eu ver. Já fui ficando nervosa. Um que, eu lá queria óculo igual ao que eu já tinha? Dois, porque ela não me ofereceu os da promoção? Eu perguntei neh. ”Moça, quais óculos são nove reais?”. A mocinha meio sem graça me mostrou um canto cheio de armações de linha econômica em zilo!!! (zilo é um plástico grosseiro e armação de zilo nem minha avó, mãe dessa minha tia, usa). Nossa!!!! Os óculos eram todos modelo Harry Potter. Não...muito pior!!! Eram ridículos!!! Todos pretos de lente redondinha. Larguei a atendente lá.
Como eu sou muito esperta, num deixei por menos. Fui embora. Antes, fiz questão foi de pegar mais um algodão-doce no papel."

Mafalda e o Ano Novo.

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