quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Paz!

Aêeee! 2009 eu posso ter sido um fracasso como blogueira, mas eu vivi muito mais! Para vocês e para mim, outras grandes conquistas em 2010!
Saúde e paz! É tudo que a gente precisa.

sábado, 19 de dezembro de 2009

Que bicho é esse?

Morar em apartamento te livra um pouco da presença de insetos. Casas sem terreiro e que fiquem localizadas em regiões mais centrais das cidades, também ficam menos acessíveis aos insetos da mata.

Em Alfenas – MG, eu moro em uma casa e perto de uma reserva verde. Na verdade, Alfenas é piquitita e para qualquer lado que a gente vai, encontra mata. Resultado: Dia sim, dia não, aparecem artrópodes estranhos nas minhas dependências.

Olha essa espécie de grilo-tatuado que apareceu por lá:

Gente! Ele tem uma ‘carinha’ tatuada nas costas! Juro que não foi eu quem desenhei com caneta para CD! Apesar de ter dado uma vontade louca de acrescentar uns chifrinhos ali para dar mais ibope à imagem. Hehe

Aprecie a simpatia do bichinho! Rindo ainda! Oh natureza mais bela essa!

A pessoa que vos escreve - uma semi-bióloga que abandonou o curso de Biologia no segundo ano de faculdade - ainda aprecia de mais essas miudezas vivas do mundo!

Que tal um besourro-rinoceronte?


Clica na imagem! Amplia ela! Salva para você! Põe de plano de fundo no desktop! Pruveita sô! =)

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Pé! Eu te amo! Eu amo cada coisinha em mim!

Muitas coisas me aconteceram nesses últimos 2 meses e por indisposição – entre outras causas – nada foi parar no Chuva de Containers. Entrei em depressão senhores! Entenda DEPRESSÃO como um período de reflexão em que estive desmotivada a fazer coisas que habitualmente gostava. Não contei para vocês. Melhor assim. Este blog nunca nasceu para ser triste. Aliás, a fossa de Mariana Martins não durou muito tempo, graças a Deus! Então saibam que a ausência nesse blog nem foi por causa exclusiva de ocupação com os estudos, mas foi pelo tempo que tirei para tratar minhas descobertas depois da primeira cirurgia. É que caiu a ficha que o ser humano é uma casquinha. Que o bisturi, esse instrumento indecente, põe fim em alguém em poucos minutos. Agora, plenamente convalescida, sinto uma culpa danada de ter deixado de escrever coisas que participaram desse meu grande amadurecimento pessoal. Tudo aconteceu muito rápido. Nesse momento eu reconheço: foi preciso!

Algum dia você já acordou e disse: “Pé adorado! Lindo! Macio! Eu te amo!” ?

Que fosse “Pé áspero! Da unha encravada! Cheio de bolhas! Eu te amo!”?

Nunca né?

É por isso que todo mundo devia ver a cirurgia de amputação de um pé!

Eu não chorei. Eu não senti enjôo. Só fiquei em choque! A cirurgia foi mais rápida que todas as outras que já tinha acompanhado. Mais rápida que extração de um tumor de 15 centímetros de um testículo, mais rápida que a reconstrução de um fêmur comissurado, mais rápida que by pass de artéria poplítea. Amputar um pé durou 50 minutos! O motivo da amputação: Diabetes. Essa doença causa lesão das células que revestem o interior dos vasos sanguíneos. Assim, células de defesa no sangue não conseguem sair do vaso para combater uma infecção que comece por pequenos machucados. O resultado é um pé neuropático, infeccionado, que pode chegar perder a perfusão sanguínea. É o pé diabético. Se esse pé inútil não for amputado, torna-se problema para o resto do corpo. A infecção se espalha e a pessoa morre.

Para chegar ao ponto de perder um pé por esse motivo, muita omissão do paciente aconteceu. E, sim, o paciente que perdia o pé naquela mesa de cirurgia era de simples condição social. Ele não tinha consciência que as coisas chegariam a esse ponto e não foi instruído para evitar aquilo. O paciente era um velhinho que provavelmente chegou aos serviços de saúde para pedir ajuda calçando um chinelo havaianas azul.

A minha reflexão nessa hora foi admitir que a maioria dos pacientes que se humilham nas filas de atendimento do pronto socorro são de condição humilde. Falta instrução a essas pessoas para prevenção de doenças. E a saúde - que pelo SUS é deficiente de recursos e pelo meio privado não sai barata - falha justamente para quem mais necessita: quem tem pouca renda.

A segunda reflexão não foi pela injustiça social de privar atendimento de saúde a quem tem pouca renda. A segunda reflexão foi puramente existencial. É que bisturi circula a canela do paciente em 10 segundos. O pé doente é encapado por uma sacola plástica no início da cirurgia. A amputação prossegue pela dissecação de camadas. A pele o bisturi já levou! O cauterizador vai rompendo a gordura. Os vasos sanguíneos são amarrados e depois cortados pelo cautério também. O osso é cerrado por uma cordinha metálica dentada. ‘Cera de osso’ é o nome da massinha que veda o buraco que a medula óssea ocupa. O soro lava tudo e os pontos terminam de fazer o cotoco de perna. Um cotoco é uma coisa feia! Murcha! E, sim! Nessa hora dá vontade de chorar. O pé sai inteiro dentro do saco plástico de cor específica para restos hospitalares orgânicos.

Mas então... e se o bisturi subisse? Subisse... subisse... subisse...

Sobrava um corpo dentro de um saco plástico?


Passei esses últimos três meses formulando RESPOSTAS.

Não as tenho.