sábado, 16 de fevereiro de 2008

Uma apologia ao que deveria ser o poder.

Trechos de uma conversa do Rei Artur com seu soldado Derfel.. Retirados do Livro “O Rei do Inverno” de Bernard Cornwell. As Crônicas de Artur Volume I.

“O serviço de um soldado, Derfel, é lutar batalhas em nome de pessoas que não podem lutar por si mesmas. Aprendi isso na Bretanha. Este mundo miserável é cheio de pessoas fracas, pessoas sem poder, pessoas famintas, pessoas tristes, pessoas doentes, pessoas pobres, e a coisa mais fácil do mundo é desprezar os fracos, especialmente se você é um soldado.

Se é um guerreiro e quer a filha de um homem, simplesmente pega-a; se quer a terra dele, simplesmente mata-o; afinal de contas, você é um soldado e tem uma lança e uma espada, e ele é apenas um homem pobre e fraco com um ancinho quebrado e um boi doente, e o que vai impedir você?

Mas a verdade, Derfel, é que somos soldados porque aquele homem fraco nos torna soldados. Ele planta o grão que nos alimenta, ele curte o couro que nos protege e corta o freixo que faz nossos cabos de lança. Nós lhe devemos nosso serviço.

Há um propósito em todas as coisas, até em ser soldado.
Temos a chance de fazer uma Dumnonia (Reino da Britânia em 480 d.C.) onde possamos servir ao nosso povo. Não podemos lhes dar felicidade, e não sei como garantir uma boa colheita que irá torná-los ricos, mais sei que podemos deixá-los em segurança, e um homem seguro, um homem que sabe que seus filhos vão crescer sem ser levados como escravos e que o dote de sua filha não será arruinado pelo estupro cometido por um soldado, é um homem com mais probabilidade de ser feliz do que um homem que viva sob a ameaça de guerra.

Odeio a guerra. Por acaso sou bom em guerrear, talvez você também seja, e isso só significa que temos de usar essa capacidade com sabedoria.

... não teremos paz enquanto lutarmos entre nós. Não poderemos ter paz se rompermos nossos tratados.”

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