domingo, 27 de janeiro de 2008

A culpa é da janela.

Histórias de quem vai tirar carteira. Quem não ouviu ou quem não tem uma história dessas para contar que atire a primeira pedra. É o fulano que atropelou uma velhinha no dia do exame e o cicrano tirou carteira na décima quinta vez.

A maioria das histórias é sobre a prática e a avaliação da direção veicular. Mas eu tenho a minha história e é das aulas de legislação. O instrutor ensinava a teoria fazendo algumas perguntas e dando as respostas para escolhermos as certas. Ele dizia “Rabisque aí” e fazia um gesto meio psicodélico com o dedo indicador. Anormalmente, eu estava prestando atenção na aula desse dia. Aliás, na pergunta estranha desse dia.

“Qual a primeira coisa a fazer se você estiver andando por uma rodovia e avistar no meio da pista um monte de abutres? Letra A, fechar as janelas do automóvel. Letra B, segurar firme o volante e reduzir velocidade. Letra C, ligar para a polícia rodoviária para providenciar que a pista seja limpa. Letra D, buzinar para alertar os carros que estão atrás de você”.

Qualquer pessoa com sã consciência de direção defensiva acharia óbvia a alternativa B como item correto. Lembrando que se quer a PRIMEIRA providência.
Para contrariar eu e talvez todos os motoristas que julgam saber dirigir, a resposta certa é A.
Isso mesmo! Se você ver abutres na estrada a primeira coisa a fazer é fechar as janelas.

A explicação, segundo o instrutor, é que além de você evitar o cheiro fétido da carniça, você evita que um urubu entre pela sua janela, obstrua sua visão, impeça seus movimentos e cause um acidente. Uau!

Eu, na minha lentidão para entender, já fui realizando: ... Mariana dirigindo para a roça do avô, entra um urubu pela sua janela, começa a bater a asas, aquele “vuco vuco” danado, o bicho deixa cair um pedaço de carniça no banco do carro (meu pai me mata!), só vejo um trem preto mexendo, o carro em alta velocidade e “vuco vuco” daqui, “vuco vuco” de lá...

Foi me dando uma vontade de rir quase incontrolável - só contida porque ninguém na sala de aula estava rindo. Aí eu disse para mim mesma: “Mariana nunca se esqueça de fechar a janela!”. De imediato o inconsciente respondeu com uma pergunta: “E se não der tempo de fechar a janela?”. Pra quê... eu desabei a rir e sai da sala para a situação não ficar mais feia do que já estava.

Na verdade, não sou só eu que adquiriu um problema com a janela de carro. Dia desses - um mês atrás mais ou menos – um amigo me ligou contando que não tinha conseguido passar no exame de rua. Eu perguntei o quê que tinha dado errado. Depois de titubear, acabou me contando. Segundo ele, estava chovendo no dia do exame. A janela estava fechada. O avaliador o mandou fazer uma baliza e ele se desesperou para abrir o vidro do carro e dar sinal de braço. Maçaneta manual ainda. O coitado perdeu o controle do carro. O avaliador precisou pisar no freio e terminou por dizer: “Filho, não é necessário dar sinal de braço quando está chovendo”.

Ironia ou não, uns precisam da janela fechada, outros precisam da janela aberta. A janela é realmente um problemão!

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