segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Como adquirir as impressões digitais de um cadáver murcho?

Primeira semana de aula. Período novo, matérias novas! Estou satisfeitíssima porque, enfim, terei Medicina Legal. Essa disciplina abrange os conhecimentos de natureza médica e biológica que são colocados a serviço do universo jurídico. Os que convivem comigo - ou lêem esse blog há algum tempo - sabem que sou muito interessada por esse assunto. Minha mãe explica esse interesse pelo fato de que com quatro anos eu queria ser juíza (nem lembro que eu queria isso, provavelmente nem sabia o que era essa profissão.). Agora - como candidata a médica (quem sabe legista) – mantenho a meta: servir ao Direito constituído.

Receber doses semanais de conhecimento sobre Medicina Forense fará com que nesse blog chova informações cadavéricas. O texto de hoje já está dentro dessa promessa e sai sem antes ter assistido qualquer aula ainda. As informações e imagens vêm de um livro que me emprestaram:
[Nome: Medicina Legal. Autor: Eduardo Roberto Alcântara Del-Campo. Editora: Saraiva. 5ª edição. Páginas: 84 e 85.]

Hoje, o Chuva de Containers ensina para você como tomar impressões digitais de um
cadáver.

A pele possui duas camadas. Uma superficial, epiderme, e outra adjacente e mais profunda, derme. As ondulações que formam os desenhos papilares ou digitais são circunvoluções da epiderme que se estendem sobre glândulas, terminais nervosos e vasculares da derme. As impressões digitais são variáveis de indivíduo para indivíduo e não se repetem nem mesmo em
gêmeos univitelinos. Por isso os desenhos papilares são importantes ferramentas para diferenciação e reconhecimento de uma pessoa.

Para se colher as impressões de um indivíduo vivo, procede-se de forma simples e bem conhecida. Usa-se uma tinta apropriada, um rolo para entintamento dos dedos e o papel impresso destinado ao recebimento das impressões.

O dedo de um ser humano vivo possui um tônus próprio que permite a pressão da digital sobre o papel para reproduzir satisfatoriamente o desenho papilar. Para se obter as impressões digitais
de uma pessoa que faleceu recentemente, o procedimento ainda é efetuado sem dificuldades. Basta que o pesquisador efetue a pressão do dedo do morto sobre o papel. Contudo, há obstáculos quando a pessoa faleceu há mais tempo e o corpo se encontra em rigidez cadavérica, amolecido, murcho ou em início de putrefação. Para tudo há um jeitinho. O jeitinho para solucionar esse problema é descrito no livro citado.

A rigidez cadavérica não é óbice para a tomada das impressões digitais, podendo, no máximo, dificultar bastante a sua execução.

O amolecimento excessivo dos tecidos ocorre, por exemplo, nos corpos dos afogados. Normalmente basta que o pesquisador tenha cautela de limpar os dedos do cadáver com um pouco de álcool e em seguida aplicar a tinta.

Em alguns casos de emurchecimento mais avançado preconiza-se a injeção subdérmica de um líquido inerte, como parafina ou a glicerina, com finalidade de devolver a conformação da extremidade digital e permitir a coleta de impressões.

Para os corpos em decomposição é necessária a retirada da luva cadavérica, ou seja, a pele que recobre os dedos da mão do cadáver. [O desenho explica como é a retirada dessa luva cadavérica. Corta-se transversalmente a pele do dedo alcançando com o corte a área de um anel (1). Depois, a pele do dedo é arrancada como um preservativo (2)]. Após isso, o pesquisador veste a pele do cadáver sobre sua própria mão, previamente protegida por uma luva de borracha (3). [É a hora de ver se a capinha de dedo do morto serve no seu dedo. Hehe]. Enfim, pode-se tranqüilamente fazer a tomada das impressões digitais (4 e 5).


12 comentários:

João Paulo disse...

Futura Drª Mariana,kkkkkk
td bem? Muitíssimo interessante esse texto, eu nunca tinha ouvido falar em como adquirir impressões digitais de um cadáver murcho,apesar de ser um fã de carteirinha de CSI, eles nunca mostraram como é feito esse procedimento (exceção do método mais simples que é aquele do rolo), pois cada episódio tem de 2 a 3 cadáveres de varias formas diferentes como afogado em putrefação etc., apesar de ser ficção, creio que tenha um pouco de verdade nesse seriado. Enfim gostei muito mesmo dessa mais nova informação e de seu blog tbm, continue assim.
Bjs
João Paulo (seu ex colega de Biologia)

.ailton. disse...

Essa eu já sabia! eheh

É chocante, né? Mas é assim mesmo que se faz. E não pensem que isso raro. O que mais se encontra Brasil à fora são cadáveres em putrefação. E ainda temos que torcer para que os bichinhos nao tenham comido as papilas dérmicas dos defuntos, senao, não há luvinha que dê jeito.

E, João Paulo, não tome o CSI como parâmetro. Ali é APENAS ficção. Nada mais.

Anônimo disse...

Esse jeito de tirar digital de cadáver em decomposição é meio nojento...

Mas que assunto bacana e interessante, né não?

Matteus disse...

"Enfim, pode-se tranqüilamente fazer a tomada das impressões digitais"

Nem tão tranqüilamente assim né?

André Atanasio disse...

Texto muito interessante. Nunca tinha lido a respeito. João Paulo, também gosto de CSI. Por coincidência, ontem eu assisti ao episódio 6 da 3ª temporada de CSI Las Vegas. Nele eles mostram o esquema da "luvinha". O Grisson arranca a pele de um dos dedos do cadáver (carbonizado) e coloca no próprio dedo para extrair a digital.

Salete Inêz disse...

Mari, excelente seu texto, me recordei de um episodio de Bones que embora seja ficcção foi bem bizarro a legista hidratou o dedo do cadaver com amaciante de roupas, eu achei muito louco, mas agora eu sei como se faz no mundo real, continue escrevendo sempre...abraços

Lâmina da Lingua disse...

Bom, olhado pelo lado do criminoso, hehe, o jeito mais interessante é cortar dos dedos do cadaver... meio que uma prova a menos, não?

Anônimo disse...

Eu acho que você deve ser uma gracinha.

Anônimo disse...

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