domingo, 12 de agosto de 2007

E os feijõezinhos nos mostram o quão cego nós somos.

Eu estava no jardim de infância quando a professora pediu de dever de casa que criasse um feijãozinho no algodão molhado. O resultado é emocionante para quem tem 5 anos de idade. Quando ainda tínhamos a ingenuidade de desconhecer o que iria acontecer.

Agora, estou eu no ensino superior de Ciências Biológicas. Chega à sala de aula uma professora ranzinza (definitivamente sem nenhuma doçura daquela tia quem me ensinou as primeiras noções de botânica) e explica o desenvolvimento dos meristemas de crescimento de uma planta.

Mais que nunca, a experiência do feijãozinho nos seria útil de novo. Mas a professora não a pediu. Com certeza, dos quase 50 alunos daquela sala, nenhum plantaria feijão no algodão. Se a semente mudasse para milho, talvez umas duas pessoas se arriscassem esperando um resultado diferente.

A justificativa para essa ação é esperteza. Ninguém ousa perder sete dias observando o desenvolvimento de uma semente, quando ler um trecho de um livro sobre o assunto leva menos de cinco minutos.

Acontece que, NÃO É ESPERTO VOCÊ NEGAR QUE AS COISAS SIMPLES POSSAM LHE TRAZER CONHECIMENTOS GRANDIOSOS. Essa é uma tendência humana odiável e que talvez justifique a dificuldade que temos em lidar com o conhecimento que nos foi legado. A dificuldade que temos em estudar.

Tendemos a sistematizar tudo em fórmulas, números e conceitos. Nunca paramos para raciocinar ou mesmo admirar a capacidade humana de criar ou definir as coisas fantásticas que nos cerca.

Talvez, toda a escola tenha de ser mudada para habilitar mentes mais perceptivas e críticas. Menos automáticas. Talvez, simplesmente se deva incentivar que os alunos plantem mais feijõezinhos.

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