É, eu estou com os dedinhos pinicando mesmo para escrever esses dias. O pensamento também está pinicando. Na verdade é tempo e internet em casa o que me permite postar e ler alguma coisa nessa blogosfera. Sem falar que não tem nenhum livro grossão de Bioquímica ou Histologia perto de mim para sugar meu momento criativo. Eu estou no meu raro momento de descanso senhores. Nada melhor que descansar escrevendo. Nem venham reclamar que eu posto uma vez na vida e outra na morte porque o ato de blogar, para mim, não é compromisso.
No descompromisso então, ponho-me a refletir que blog não deixa de ser um Orkut mais elaborado com palavrinhas.
Há blogs que colecionam comentários como se fossem scraps. Há blogs que colecionam várias formulações de ‘quem sou eu’ como no perfil do orkut. Há blogs que simplesmente existem para levantar a bandeira de intelectualismo: “Ah, eu penso, porque eu escrevo, porque eu tenho blog”. Esses últimos são como uma comunidade.
O meu ex, não mais atual, nunca mais futuro, namorado: Felipe Lacerda conserva mandando alguns alardes por e-mail mais ou menos assim: “Venha conhecer gente que pensa! Acesse http://www.espalhandocancer.blogs.sapo.pt/.!”. Para efeitos propagandísticos a coisa funciona bem. Sempre caio no blog dele quando recebo o e-mail. Agora é inevitável a minha crise sináptica ao questionar a mim mesmo se eu posso ser considerada um ser pensante. Claro, porque eu tenho blog e pertenço à rede de gente que ele pertence: de blogueiros, e mais, de Divinópolis.
Confesso me acometer de uma risada seca.
O embate que eu aciono é o seguinte: Há Bandeiras, e há Bandeiras. Enquanto existe a Bandeira do itelectualismo, das pessoas que se julgam pensar; também existe a Bandeira da cultura massante, do senso-comum, do povo que pula carnaval, que faz festa no ônibus de Itaúna. Nenhuma melhor que a outra! O que incomoda o meu pensamento é a alfinetada gratuita que parte da bandeirapensantejulgosuperior, por exemplo, contra a bandeiraburrasemblogquepulacarnavaljulgoinferior.
A pulga saiu de traz da orelha e foi parar na boca quando eu abri um texto no Descritor. Era sobre um projeto terrorista para destruir uma cidade que caiu na perdição de pular carnaval. O autor, com certeza parte da bandeirapensantejulgosuperior, falou que trio elétrico desova coisa apodrecida no ouvido das pessoas. Para ele carnaval agora é “ferida da humanidade”. O plano terrorista consistia em 116 ressonadores ligados a uma cidade. Eles seriam acionados em fevereiro por um trio elétrico que passasse nas ruas. Em abril, as ondas sonoras teriam abalado toda a estrutura da cidade e ela cairia por terra.
Eu pensei que era só o personagem Ana que tinha toda a prepotência de detonar o carnaval, mas o autor não se limitando a historinha da malvadinha personagem, já tinha soltado um outro texto em primeira pessoa aquém da minha humilde capacidade de entender tanta amargura. Com uma arma o escritor atirava, para não sobrar nada, no expoente de brasileiridade que é o carnaval. Quem pula carnaval, para ele, não tem cérebro. Nas palavras do autor carnaval é: “A soma anual para anestesiar nossa capacidade de fazer perguntas, sentir angústias e evoluir.”
Capacidade de evoluir para onde? Sinceramente Cochise é essa a pergunta necessária que me sobra fazer. Será que um ser evoluído é só o homem que escreve sinfonia, ensaio sociológico ou psicológico? Eu lhe respondo que não. A produção intelectual é, muitas vezes, sem fundamento algum e te leva para uma sensação de ignorância imensa quando você questiona por exemplo, origem de vida, origem de mundo. Talvez a produção de Alegria (em festas de carnaval ou nos ônibus de Itaúna) seja tão inteligente e utilitária quanto a produção que se segue pela razão. Na alegria, endorfina é liberada no corpo, o coração bate melhor, doenças são evitadas. Num contexto sociológico, na folia de Carnaval as pessoas ampliam suas relações sociais, os vínculos de interesse. Enfim, a percepção de ridículo e improdutivo depende do ponto de vista. Um homem vestido de mulher beijando todas numa noite de folia, pode ser tão ridículo quanto um intelectual sobre luz de leitura fazendo questionamentos existenciais.
Como se diz a Lady Katy: “Epa, epa, epa! Fala assim do Salsich...ops Carnaval não!”.
Sim, eu defendo o carnaval e desejo para todo mundo a oportunidade de subir uma ladeira da cidade de Ouro Preto ao som de uma bateria estonteante. A luz daquele lugar é diferente, a vida tem nova concepção.
Tudo bem que nem todo mundo vai quer essa noite de folia e eu respeito isso. Aí está a graça da coisa. As diferenças equilibram os espaços. Agora PENSAR não é definir que um lugar é melhor que outro. Pensar é achar seu jeito de sossegar o coração e a cabeça. Você pode sossegar a mente lendo milhões de livros ou indo em milhões de festas. O conceito de INTELIGENCIA está na capacidade de produzir e viver algo para o seu próprio bem estar.
No descompromisso então, ponho-me a refletir que blog não deixa de ser um Orkut mais elaborado com palavrinhas.
Há blogs que colecionam comentários como se fossem scraps. Há blogs que colecionam várias formulações de ‘quem sou eu’ como no perfil do orkut. Há blogs que simplesmente existem para levantar a bandeira de intelectualismo: “Ah, eu penso, porque eu escrevo, porque eu tenho blog”. Esses últimos são como uma comunidade.
O meu ex, não mais atual, nunca mais futuro, namorado: Felipe Lacerda conserva mandando alguns alardes por e-mail mais ou menos assim: “Venha conhecer gente que pensa! Acesse http://www.espalhandocancer.blogs.sapo.pt/.!”. Para efeitos propagandísticos a coisa funciona bem. Sempre caio no blog dele quando recebo o e-mail. Agora é inevitável a minha crise sináptica ao questionar a mim mesmo se eu posso ser considerada um ser pensante. Claro, porque eu tenho blog e pertenço à rede de gente que ele pertence: de blogueiros, e mais, de Divinópolis.
Confesso me acometer de uma risada seca.
O embate que eu aciono é o seguinte: Há Bandeiras, e há Bandeiras. Enquanto existe a Bandeira do itelectualismo, das pessoas que se julgam pensar; também existe a Bandeira da cultura massante, do senso-comum, do povo que pula carnaval, que faz festa no ônibus de Itaúna. Nenhuma melhor que a outra! O que incomoda o meu pensamento é a alfinetada gratuita que parte da bandeirapensantejulgosuperior, por exemplo, contra a bandeiraburrasemblogquepulacarnavaljulgoinferior.
A pulga saiu de traz da orelha e foi parar na boca quando eu abri um texto no Descritor. Era sobre um projeto terrorista para destruir uma cidade que caiu na perdição de pular carnaval. O autor, com certeza parte da bandeirapensantejulgosuperior, falou que trio elétrico desova coisa apodrecida no ouvido das pessoas. Para ele carnaval agora é “ferida da humanidade”. O plano terrorista consistia em 116 ressonadores ligados a uma cidade. Eles seriam acionados em fevereiro por um trio elétrico que passasse nas ruas. Em abril, as ondas sonoras teriam abalado toda a estrutura da cidade e ela cairia por terra.
Eu pensei que era só o personagem Ana que tinha toda a prepotência de detonar o carnaval, mas o autor não se limitando a historinha da malvadinha personagem, já tinha soltado um outro texto em primeira pessoa aquém da minha humilde capacidade de entender tanta amargura. Com uma arma o escritor atirava, para não sobrar nada, no expoente de brasileiridade que é o carnaval. Quem pula carnaval, para ele, não tem cérebro. Nas palavras do autor carnaval é: “A soma anual para anestesiar nossa capacidade de fazer perguntas, sentir angústias e evoluir.”
Capacidade de evoluir para onde? Sinceramente Cochise é essa a pergunta necessária que me sobra fazer. Será que um ser evoluído é só o homem que escreve sinfonia, ensaio sociológico ou psicológico? Eu lhe respondo que não. A produção intelectual é, muitas vezes, sem fundamento algum e te leva para uma sensação de ignorância imensa quando você questiona por exemplo, origem de vida, origem de mundo. Talvez a produção de Alegria (em festas de carnaval ou nos ônibus de Itaúna) seja tão inteligente e utilitária quanto a produção que se segue pela razão. Na alegria, endorfina é liberada no corpo, o coração bate melhor, doenças são evitadas. Num contexto sociológico, na folia de Carnaval as pessoas ampliam suas relações sociais, os vínculos de interesse. Enfim, a percepção de ridículo e improdutivo depende do ponto de vista. Um homem vestido de mulher beijando todas numa noite de folia, pode ser tão ridículo quanto um intelectual sobre luz de leitura fazendo questionamentos existenciais.
Como se diz a Lady Katy: “Epa, epa, epa! Fala assim do Salsich...ops Carnaval não!”.
Sim, eu defendo o carnaval e desejo para todo mundo a oportunidade de subir uma ladeira da cidade de Ouro Preto ao som de uma bateria estonteante. A luz daquele lugar é diferente, a vida tem nova concepção.
Tudo bem que nem todo mundo vai quer essa noite de folia e eu respeito isso. Aí está a graça da coisa. As diferenças equilibram os espaços. Agora PENSAR não é definir que um lugar é melhor que outro. Pensar é achar seu jeito de sossegar o coração e a cabeça. Você pode sossegar a mente lendo milhões de livros ou indo em milhões de festas. O conceito de INTELIGENCIA está na capacidade de produzir e viver algo para o seu próprio bem estar.
5 comentários:
Quando eu crescer quero escrever assim!!!
Suas palavras traduziram meus pensamentos diante do texto do Cochise, só que não tenho esse dom para traduzir pensamentos.
Parabéns!!!
E boa sorte!!!
BJUS
Nada contra o carnaval. Eu não sei se você viu o texto que eu postei no meu blog, mas eu acho que consegui deixar bem claro minha opinião sobre ele.
No carnaval eu geralmente encho minha cabeça com vodca o suficiente pra me permitir dançar funk/axé na maior felicidade, coisas que eu nunca imaginaria fazer sóbria.
Meu problema com o carnaval é na verdade o meu problema com a vulgaridade e a confusão que fazem com liberação sexual e putaria. Carnaval acaba sendo transformado em putaria. E eu não gosto nem um pouco disso. Acho que existem outras maneiras de se provar a femilidade e seduzir um homem que não desfilando (praticamente) pelada na rua. Acho que existem outras maneiras de se tentar reparar milênios de machismo que não trepando com todo mundo sem consciência e um mínimo de respeito com o próprio corpo.
Tá, o corpo é de cada um e cada um faz o que bem quer dele. Mas ele e a única coisa que se realmente tem. Seria bom cuidar bem dele, não?
Pelo menos essa é a minha opinião.
Parabéns pelo texto.
Beijinhos, saudade da outra blogueira!
Ontem li o seu blog pela manhã, mais só hoje q consegui escrever!
Fiquei pensando muito no q vc falou e me veio uma felicidade muito grande, pois o convecimento dessas pessoas é muito grnade e chega ao ponto de humilhar os outros.Sei q os meu blog não é a classificação de blog perfeito, mais deixei de mim importar com eles a muito tempo!!!
Gostos dos seus texto e te aplaudo pelo seu ultimo!!!
Parabéns!!!
Boa sorte!!!
Sucesso!!!
Bjos!!
OBS:E sou eu q leio o seu blog e q começou a fazer UIT,q o André falou!
Ei Angelita! O André me falou de vc sim, mas eu achei que era mentira dele porque ele fica enchendo a minha bola demais. Rsrs.
Aqui... muito obrigada pelas visitas ao meu blog! Muito obrigada mesmo!
E Itaúna ein sá? Tah gostando de lá? Começou qual curso? Volta e meia eu vou lá dar umas voltas. Talvez a gente se esbarre. Se não for em Itaúna, em alguma esquina de Divinópolis neh não?
Aquela faculdade é muito boa! Aproveita as oportunidades que tiver.
De novo muito obrigada!
E teve bão vc ter aparecido em um comentário pq agora eu dou umas bizoiada no seu blog também. ;)
Bjuss!
quem me vê assim parado garante que eu nao sei sambar.
tô me guardando pra quando o carnaval chegar.
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