quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Afastem canetas, facas e coisas parecidas!

Olha, eu não vou ser desonesta e falar que eu faço medicina por sacerdócio, por amor a profissão não. Tá certo que eu desejei esse curso desde pequena e que ‘médica’ era a minha resposta decorada para a pergunta ‘o que você vai ser quando crescer?’. Mas gente! No colegial eu era uma gênia na Matemática e na Física. E não é modéstia não, porque desafiava até o professor. A minha meta era conseguir os 100 créditos anuais nessas matérias e conseguia em quase todos os anos (exceto quando o professor era orgulhoso e resolvia me retirar um subjetivo ponto de conceito). Tenho guardado os históricos escolares que não me deixam mentir.
Eu faço Medicina por ambição. De dinheiro? Até que não, eu ganharia bem também se tivesse seguido a Engenharia Elétrica. Na verdade eu sempre me dedico muito ao que faço e gosto de estudar. E essa é a receita básica para ganhar dinheiro. Mas enfim, tem um tipo de ambição - bem interessante - que me fez optar por Medicina: a de me tornar uma super-heroína.

A idéia é mais ou menos assim: Imagine eu num jantar romântico. Estou lá num restaurante finérrimo trocando olhares com o meu affair. A gente pede um vinho e alguma comidinha chique que venha em bolinhas super estranhas. O meu pretendente, emocionado demais – melhor dizendo, nervoso - com a presença de uma morena linda, 1,69, olhos castanhos perto dele, começa a comer as bolinhas estranhas e engasga. Eu vou acudir claro! Sugiro que ele beba o vinho ou a água que também estava sobre a mesa. Não resolve. Aí entra a experiência acadêmica da super-médica-Mariana: Efetuaria a Manobra de Heimlich nele. Esse é um procedimento usado em primeiros socorros. Nada muito delicadinho: Perna direita entre as coxas do moço por traz. (Oua mesmo!) Depois é só enrolar os braços sobre a cintura da pessoa engasgada, apoiando as mãos 3 dedos abaixo do seu apêndice xifóide. Acima do umbigo, para os leigos. Por três vezes faz-se um aperto em J na cavidade abdominal. Pronto! Acabei a manobra de Heimlich. Não resolveu nada! O homem não desengasgou. Ele está ficando roxo. Aí eu pego uma faquinha e o tubo da caneta bic do garçom. Miro a faquinha entre o osso hióide e a cartilagem tireóide. Furo o pescoço do engasgado e ancoro a abertura do buraco com o tubo da caneta. Traqueostomia concluída! Não vou mais ficar encalhada porque meu pretendente não morreu de falta de ar. O restaurante inteiro parou horrorizado para saber o que aconteceu. Aí eu chamo o corpo de bombeiros, começo a tranqüilizar todo mundo que eu sou médica e assim que os transeuntes acreditarem, já posso começar a distribuir autógrafos. Hehe.

Mas... e se eu furei num lugar errado? É tudo tão pertinho.
Iiiii! Esqueci de esterilizar a caneta do garçom. Nem uma limpesinha de nada eu fiz!
Melhor sair correndo. E pensando bem, super-heróis nem dão autógrafos.

6 comentários:

Unknown disse...

Humm... Isso não me é estranho. Mas não me é estranho mesmoooo!!!

hehehehehe...

ja ouvi isso antes!

Beijãooooooo

felipe lacerda, o ressussitado via esferográfica disse...

Vou simular um ataque epiléptico durante esse jantar. Embora levar o título de affair da doutora não me agrade tanto assim. E nem ouse me convidar a comer um belo baiacu. de veneno me basta o meu.
hmmm...
será que não podemos trocar a manobra da caneta por um boca-a-boca tradicional e seguro?
kkk.
Feliz de quem tem ambições monetarias. Poderá, num futro, pagar pera remediar qualquer frustração. E se bobear, eu faço o filme sobre o casal esdrúxulo quem comia bolinhas coloridas. Ele, o diretor-escritor-ator e cafajeste preofissional.
E ela, a morena... gente, com vocês, a maniaca da esferográfica, a ursinho carinhoso do fusca branco, o coração de pelúcia da medicina moderna....
MARIANA MARTINS!

Um beijo de paz e fique longe da minha traquéia, linda.

Saudade.

.ailton. disse...

que situação!

Quem ia querer jantar depois de uma traqueostomia?

E esse Felipe é mesmo o carinha que engasgou?

Mythus disse...

Você é alta, para a média brasileira.

Luciano Oliveira disse...

É muita maldade escrever com todo esse jargão médico. Efurar a garganta d qulqur pessoa é coisa assim para ser feita em último caso.

Eu nunca vi uma criança responder que quer ser médica quando crescer.

Mariana Martins. disse...

André,
verdade! Te contei sobre a manobra de Heimlich outro dia mesmo. Faltou só executar né? Kkkk

Felipe,
Meu Deus!
Eu nunca fui chamada de
"a ursinho carinhoso do fusca branco, o coração de pelúcia da medicina moderna". É muito brega isso! Kkkk

Ailton,
O caso é uma suposição de algo que
pode acontecer. Não ouve engasgamento. Ainda! Kkkk
Mas o texto realmente é para alertar o Felipe e caras que forem jantar comigo. Que sejam cautelosos e não se engasguem!

Mythus,
De salto eu sou quase a Estátua da Liberdade. Hehe

Luciano,
Com sinceridade, traqueostomia de açougue assim, é só em último caso mesmo! O risco de infecção microbiológica é imenso!
Mas sério, qualquer médico faria depois de tentar outros procedimentos e tendo certeza de
que a falta de ar foi por obstrução das vias respiratórias superiores.