sábado, 11 de julho de 2009

O texto saiu meio Florbela Espanca, mas pode me espancar pela pretensão de ser essa poetisa.

Impressionante a capacidade que ela tem de matar as borboletas que se atrevem visitar o seu estômago.

É um medo sem igual do amor carnal.
Ninguém atravessa o limiar da boca naquele corpo.
A alma cautelosa permanece só,
a abraçar os amores infantis.

E cria príncipes pelo cheiro de um simples perfume.

Cria outros príncipes, simplesmente pela música que resolveu tocar de fundo em algum beijo.

Na pefumaria descobre a existência solitária de uma essência,
na rádio, a existência solitária de uma música,
no espelho, a existência solitária de uma princesa.

Quem é ela? Corto o meu pescoço e não conto quem é.

Um comentário:

Anônimo disse...

Florbela, aliás, é uma das poetisas (senão a melhor) que eu mais gosto.

Soube escrever como quase ninguém o faz. As pausas de seus textos são sublimes, assim como o ponto final que ela colocou em sua vida.

Ailton